terça-feira, janeiro 31, 2006

Expressão da alma portuguesa


Meus caros leitores, silêncio vai-se cantar o FADO!!
O Fado é, hoje em dia, um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal, desde há muitos anos representado no estrangeiro por Amália, e mais recentemente por Dulce Pontes, entre outros. Pelo mundo fora, ao nome do nosso país, associam-se de imediato duas coisas: as toiradas e o Fado. Adquirindo diversas formas consoante seja cantado no Porto, em Coimbra ou em Lisboa, o Fado é, por direito próprio, a expressão da alma portuguesa. O nosso país está, desde o seu nascimento, embebido num cruzamento de culturas. Foram primeiro os diversos povos que habitaram a zona que mais tarde se transformaria em Portugal e que deixaria os seus traços, foram os que invadiram o país já depois do seu nascimento, e são, ainda hoje, os diversos povos que aqui habitam e que contribuem para uma cultura comum. É neste sentido que é complicado apontar com toda a certeza a origem do Fado, mas todos os estudiosos garantem que esta remonta há muitos séculos atrás.
A explicação mais comumente aceite, pelo menos em relação ao fado de Lisboa, é de que este teria nascido a partir dos cânticos dos Mouros, que permaneceram nos arredores da cidade mesmo após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia daqueles cantos, que é tão comum no Fado, estaria na base dessa explicação. Há no entanto quem diga que na realidade o fado foi entrou em Portugal, mais uma vez pela porta de Lisboa, sob a forma do Lundum, uma música dos escravos brasileiros, que teria chegado até nós através dos marinheiros vindos das suas longas viagens, cerca de 1822. Só após algum tempo é que o Lundum se foi modificando, até se ter transformado no nosso Fado. A suportar esta hipótese está o facto de que as primeiras músicas dentro do género estavam de ligadas não só ao mar como às terras para lá daquele, onde habitavam os escravos. Veja-se o exemplo de uma das músicas cantadas pela Amália, chamada "O Barco Negro", que fala precisamente de uma sanzala. Uma outra hipótese considerada remonta o nascimento do fado à idade média, à época dos trovadores e dos jograis. Já nessa altura se encontravam nas músicas características que ainda hoje o facto conserva. Por exemplo, as cantigas de amigo, que eram os amores cantados por uma mulher, têm grandes semelhanças com diversos temas do fado de Lisboa. As cantigas de amor, que eram cantadas pelo homem para uma mulher, parecem encontrar parentesco no Fado de Coimbra, onde os estudantes entoam as suas canções debaixo da janela da amada. Temos ainda, da mesma época, as cantigas de sátira, ou de escárnio e mal dizer, que são ainda hoje mote tão frequente do fado, em críticas políticas e sociais. De qualquer modo, o fado parece ter surgido primeiramente em Lisboa e Porto, sendo depois transportado para Coimbra através dos estudantes Universitários (já que Coimbra foi, durante muitos anos, a cidade Universitária por excelência), e tendo aí adquirido características bastante diferentes.

In http://paginas.fe.up.pt/fado/por/index-port.html

5 comentários:

Anónimo disse...

Podem dizer que foi o Astérix ou o Obelix que agarraram no fado às costas, e com uma poção mágica o conseguiram trazer para Portugal. Mas o que é certo é que o Fado (quer se goste quer não se goste) é típico da mentalidade portuguesa. Tem uma musicalidade muito enfadonha, muito triste, saudosista, típica do povo que somos. Se bem que eu não me reveja nem nessas características, nem no fado em si, é bom haver algo que nos demarque. Só espero que deixemos para trás o significado do nosso "triste fado(destino)" e passemos a adoptar uma postura diferente...EM TUDO! TIPO OS TEFES CABRAS QUE TÃO BEM ORNAMENTAM ESTA PÁGINA :)

Um mega-abraço do Felpas aos tefes mais cabras do sistema solar e talvez da oceania!

FELPAS

Anónimo disse...

Nem sei bem o que dizer em relacção ao fado...Tenho alguns sentimentos contraditorios. Gosto da tristeza, da nostalgia, "da alma" portuguesa... mas... não gosto de todo o fado!
Talvez me identifique mais com o de Coimbra, pq? nem sei responder... é algo que se sente, não se explica! Parabens pudim, como te digo... quem gosta de musica, consegue apreciar todos os estilos... como tens demonstrado!

Anónimo disse...

Durante a minha juventude, preferia os Moody Blues, os Rolling Stones, a Joan Baez, o Cat Stevens,o Santana, o Jimmie ao fado. Com o passar dos anos, comecei a apreciar o fado. Talvez devido às minhas numerosas estadias no estrangeiro ... não sei, só sei que dei comigo a cantar o fado numa festa em casa de amigos estrangeiros ...não foram sómente os amigos que ficaram espantados com o meu fado e a minha voz .. fui eu !!! O fado, saltou-me das "tripas" para a garganta ... de xaile vestida, sem guitarra cantou-se o fado algures na Asia. Hoje gosto do fado tocado tanto pelo Joel Xavier, como pelo Carlos Paredes, cantado pela Amália, Mariza, Cristina Branco, Misia ou pelo Carlos do Carmo. Não necessito ouvir o fado todos os dias, como por exemplo a música classica, o jazz,os blues, new age. A música é um alimento que uso e abuso... mas, o fado ...dá-me a minha lusitania de volta !

Parabéns pelo blog, continua :-)

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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