quarta-feira, março 14, 2007

Stevie Ray - Parte 1




Boas de novo pessoal!!

Antes de mais queria pedir desculpa pela pouca afluência de post’s, mas não fiquem preocupados que “O Prazer da Musica” não vai acabar!
Pois é, muito pelo contrário cá estamos nós de novo a fornecer algumas “curiosidades e ademais textos” relacionados com a música!

Desta vez vou escrever sobre um dos meus músicos favoritos, se não mesmo o favorito, mas como me é muito difícil decidir entre muitos outros fica aqui a minha admiração e homenagem ao grande Stephen ("Stevie") Ray Vaughan!

Stephen ("Stevie") Ray Vaughan nasceu em Dallas, no Texas a 3 de Outubro de 1954 e foi para mim um dos maiores guitarristas de blues americano. Conhecido como um dos mais influentes músicos da história, ele é frequentemente referido pelas suas iniciais, SRV. No início de sua carreira Vaughan chegou a tocar na banda de seu irmão Jimmie Vaughan, a princípio assumindo o contra-baixo, apenas para ter a oportunidade de tocar numa banda. Com a experiência adquirida após tocar numa série de bandas, Vaughan formou o conjunto de blues e rock chamado Double Trouble com o baterista Chris Layton e o baixista Jackie Newhouse no final dos anos 70. Tommy Shannon substituiu Newhouse em 1981. No início conhecido apenas localmente, Vaughan atraiu a atenção de David Bowie e Jackson Browne, gravando em álbuns de ambos. O primeiro contato de Bowie com Vaughan havia sido no Montreux Jazz Festival. Bowie lançou Vaughan no seu álbum "Let's Dance" na canção com o mesmo nome e também na canção "China Girl".O álbum de estréia do Stevie Ray Vaughan & Double Trouble foi lançado em 1983. O aclamado pela crítica, Texas Flood (Produzido por John Hammond). Lançou o sucesso top 20 "Pride and Joy" e vendeu bem tanto nos círculos de blues como de rock. Os álbuns seguintes, "Couldn't Stand the Weather" (1984) e "Soul to Soul" (1985), vivenciaram quase o mesmo sucesso dos discos anteriores. O vício em drogas e o alcoolismo levaram Vaughan a ter um colapso durante sua turnê em 1986. Passou por um processo de reabilitação na Georgia um ano mais tarde. Após seu retorno, Vaughan gravou "In Step" (1989), outro disco aclamado pela crítica que ganhou um Grammy pela melhor gravação de blues.

sábado, julho 29, 2006

Pink Floyd, legends

segunda-feira, abril 10, 2006

Roger Waters - Capítulo 1





Olá caros leitores e amantes de musica..!
Este é daqueles post’s que me vai dar especial prazer, pois é um dos senhores que mais admiro no mundo da música..!
Caros leitores vou-vos falar do grande criador de um dos maiores álbuns de música de sempre, o álbum de que falo é o “The Wall” e o senhor quem haveria de ser, o grande Roger waters!

George Roger Waters, nascido em 6 de Setembro de 1943 em Great Bookham, Surrey perto de Dorking é um músico e compositor ingles de rock, mais conhecido por ter sido o compositor, vocalista, baixista e um dos fundadores dos Pink Floyd. Após outro dos fundadores, Syd Barrett, ter abandonado o grupo devido a doença mental no fim dos anos 60, Waters definiu a direcção artística da banda, e em conjunto com o guitarrista, vocalista e compositor, David Gilmour, levaram os Pink Floyd para o centro das atenções, produzindo uma série de álbuns que continuam entre os mais aclamados pela crítica e dos mais vendidos de todos os tempos. A relação de Waters com Gilmour foi-se tornando tensa nos finais dos anos 70, á medida que Waters ia exercendo cada vez mais o controlo creativo sobre o grupo. A última colaboração Waters/Gilmour, The final cut de 1983 foi creditada como sendo um trabalho de Waters, com música tocada pelos Pink Floyd. Waters deixou a banda e o desacordo sobre a intenção de Gilmour continuar a usar o nome dos Pink Floyd levou-os à barra do tribunal. Waters argumentava que tendo a banda sido criada por ele, Syd Barrett, Nick Mason, e Richard Wright, não havia razão para o grupo se continuar a chamar Pink Floyd, devido ao facto de contar apenas com um dos elementos originais, (Wright tinha deixado a banda aquando da gravação de The wall). Outro dos argumentos de Waters era o facto de ser o autor de quase todas as letras das músicas dos Pink Floyd desde o abandono de Syd Barrett. Mesmo assim, Gilmour ganhou o direito de usar o nome dos Pink Floyd e a maioria das suas músicas, ficando Waters apenas com os direitos do álbum The Wall e de todas as suas músicas.

terça-feira, março 07, 2006

Algodão e Melancolia - O Blues



Começa pela tradução da palavra. “Blues” quer dizer melancolia no jeito peculiar de falar dos habitantes do delta do rio Mississipi, berço do ritmo. E melancólicas são as raízes do blues. Ele começou a surgir em agosto de 1619, quando o primeiro navio negreiro atraca na costa-americana. Nos porões, negros arrancados à força da África para o trabalho forçado em lavouras de algodão, tabaco e milho nas cercanias de New Orleans, nos estados de Alabama, Mississipi, Lousiana e Georgia.
No espírito dos desafortunados escravos, uma profunda saudade do que ficou para trás e uma rica cultura folclórica amordaçada. Mas a musicalidade latente dos africanos não tardaria a se manifestar. Aos poucos, surgem as “work songs”, verdadeiros lamentos melódicos, entoados pelos negros na árdua tarefa de plantar e colher os produtos da terra. Enquanto uma voz entoava um verso, os outros trabalhadores faziam o coro. No início, nas línguas nativas: fon, bantu e yorubá; com o passar do tempo, uma mescla de palavras de dialetos africanos e inglês, incorporado na convivência com os fazendeiros da região. Tudo a capela, de uma froma primitiva mas não menos visceral, sentimental e sempre rítmica. É a primeira manifestação musical dos negros na América que começavam a erguer com o sacrifício da liberdade perdida em pontos diferentes da África. A Guerra da Secessão, vencida pelo norte, representa a liberdade para os negros escravos do sul em 1865. Nessa época, em New Orleans havia cinco negros para cada quatro brancos. Muitos desses negros são netos e bisnetos dos pioneiros escravos. Os recém libertos também cantam e tocam, com a diferença de pelo menos um século de assimilação da cultura branca. Começa a surgir assim a figura do blueseiro, ainda com um banjo em lugar da guitarra. Como o blues é uma música vocal por natureza, em sua versão instrumental o ritmo exige instrumentos de habilidade vocal, capazes de “imitar” a voz humana. E nada melhor para se obter este efeito do que a técnica de “knife-song”, de deslizar sobre as cordas do violão uma placa metálica para se obter um som lamurioso, que mais parece um gemido humano. Assim a guitarra acústica desbanca o banjo e passa a frequentar os braços, mãos & dedos dos blueseiros. Instrumentos de percussão de origem africana como o djambè e harmônica, com sua versatilidade, complementam o kit básico do blues primordial, que não dispensa a interpretação, o sentimento absoluto no cantar.
A esta altura as canções já não são apenas lamentos, mas também bravatas, histórias de rixas terminadas com filetes de sangue manchando de vermelho as lâminas de navalhas, de mulheres conquistadas, de corações despedeçados. Agora o inglês prepondera sobre os dialetos africanos nas letras e o blues já é uma música americana, feita por negros e cada vez mais amada pelos brancos. Chega o rádio, o gramofone, o show-business. Surgem cantoras como Bessie Smith e guitarristas blueseiros como Ottis Redding. E isso tudo é só o começo de uma longa história regada a paixão pela música e litros e mais litros de Jack Daniels.

O Jazz



História do Jazz

Nascido do blues, das work songs dos trabalhadores negros norte-americanos, do negro spiritual protestante e do ragtime, o jazz passou por uma extraordinária sucessão de transformações no século XX. É notável como essa música se modificou tão profundamente durante um período de apenas um século.
O termo jazz começa a ser usado no final dos anos 10 e início dos anos 20, para descrever um tipo de música que surgia nessa época em New Orleans, Chicago e New York. Seus expoentes são considerados "oficialmente" os primeiros músicos de jazz: a Original Dixieland Jass Band do cornetista Nick LaRocca, o pianista Jelly Roll Morton (que se auto-denominava "criador do jazz"), o cornetista King Oliver com sua Original Creole Jazz Band, e o clarinetista e sax-sopranista Sidney Bechet. Em seguida, vamos encontrar em Chicago os trompetistas Louis Armstrong e Bix Beiderbecke, e em New York o histriônico pianista Fats Waller e o pioneiro bandleader Fletcher Henderson. Em 1930 o jazz já possui uma "massa crítica" considerável e já se acham consolidadas várias grandes orquestras, como as de Duke Ellington , Count Basie , Cab Calloway e Earl Hines.
A evolução histórica do jazz, assim como da literatura, das artes plásticas e da música clássica, segue um padrão de movimento pendular, com tendências que se alternam apontando em direções opostas. Em meados dos anos 30 surge o primeiro estilo maciçamente popular do jazz, o swing , dançante e palatável, que agradava imensamente às multidões durante a época da guerra. Em 1945 surge um estilo muito mais radical e que fazia menos concessões ao gosto popular, o bebop , que seria revisto, radicalizado e ampliado nos anos 50 com o hard bop . Em resposta à agressividade do bebop e do hard bop, aparece nos anos 50 o cool jazz , com uma proposta intelectualizada que está para o jazz assim como a música de câmara está para a música erudita. O cool e o bop dominam a década de 50, até a chegada do free jazz, dando voz às perplexidades e incertezas dos anos 60. No final dos anos 60, acontece a inevitável fusão do jazz com o rock, resultando primeiro em obras inovadoras e vigorosas, e posteriormente em pastiches produzidos em série e de gosto duvidoso. Hoje existe espaço para cultivar todos os gêneros de jazz, desde o dixieland até o experimentalismo free, desde os velhos e sempre amados standards até as mais ambiciosas composições originais para grandes formações. Mas qual seria o estilo de jazz próprio dos dias de hoje? Talvez o jazz feito com instrumentos eletrônicos - samplers e sequenciadores - num cruzamento com o tecno e o drum´n´bass. Se esse jazz possui a consistência para não se dissolver como tantos outros modismos, só o tempo dirá...
Para todos os amantes de Jazz deixo aqui a minha sujestão, um fabuloso album de Milles Davis Kind of Blue..

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

Guitarra Portuguesa


Bem, meus caros leitores, como falei no Fado no nosso ultimo post, achei por bem apresentar aqui neste post um instrumento, que sem o qual não poderia-mos ouvir a nossa tão querida musica da alma, vou falar da Guitarra Portuguesa..
Etimologicamente, a designação de Guitarra advém do vocábulo grego Kythara, que mais tarde os latinos converteram em Cithara. Conta uma lenda que este nome provém de Cyterón, o nome de uma montanha situada algures entre a Beócia e a Ática. Mas há quem, discordando desta opinião, defenda que deriva sim de Cythara, o antigo nome da ilha grega Cerigo, a qual era considerada como o paraíso da poesia e do amor, e na qual existia um templo dedicado a Vénus.
Mas, como esta matéria não reúne qualquer consenso, há ainda quem prefira acreditar que a origem do nome guitarra remonta à Idade Média, sendo a sua invenção e construção da responsabilidade de um mouro espanhol que daria pelo nome de Al-Guitar.
Esta corrente diz-nos que a guitarra portuguesa, tal como a conhecemos hoje, é de origem árabe. Mas, se é verdade, que esta teoria é sustentada por inúmeros adeptos, é também verdadeiro o facto de que assenta num pressuposto meramente verbal, o qual compara o nosso instrumento actual à antiga guitarra mourisca, ou sarracénica, associando-a ao fado.
Diz-nos ainda que esta nossa forma musical de expressão essencialmente popular (fado) é de origem árabe. Ora, esta teoria é geralmente rebatida com dois argumentos: é que, por um lado, a guitarra mourisca está na origem de uma linha de instrumentos completamente diferentes - as mandolas e as mandolinas -, sabendo-se, por outro, que a associação da guitarra ao fado é um fenómeno bem mais recente.
A partir de estudos realizados por diversos autores e compositores - como Pedro Caldeira Cabral e António Portugal, entre outros -, parece mais provável que a actual guitarra portuguesa resulte de uma fusão entre dois instrumentos: O Cistro Europeu, ou Cítara (utilizado em toda a Europa Ocidental durante o Renascimento, que apresenta uma forma extremamente semelhante e até, em alguns casos, o mesmo número de cordas e afinações que a guitarra, e que terá sido introduzido em Portugal no século XVI, sobretudo a partir de Itália e França, propagando-se a sul de Coimbra) e a Guitarra Inglesa (aqui introduzida no século XVIII, no Porto, difundindo-se depois rápidamente a norte de Coimbra). Isto poderá explicar as diferenças de construção, de estrutura e de afinação entre a guitarra de Coimbra, com origem no Porto e a de Lisboa. A conclusão que se tira deste estudo é que a evolução da Guitarra se pode formular a partir de uma teoria baseada nas coincidências existentes entre estes dois instrumentos - o Cistro e a Guitarra Inglesa - dando-se a adopção de elementos de um e de outro e mantendo-se a sua prática ligada, desde o início, à musica de tradição oral. Tal facto não terá também sido alheio à deslocação da Corte para Coimbra, sendo bastante provável que estes dois antepassados da guitarra tenham continuado a ser cultivados entre nós, mesmo depois da época trovadoresca.
Carlos Paredes acrescenta que já antes do Cistro, no Renascimento, a nossa guitarra vai encontrar as suas origens na Cítola, instrumento da Idade Média. E, tentando definir com mais precisão esse "Instrumento musical a que chamamos hoje guitarra portuguesa", diz-nos que "foi inventado em Inglaterra na segunda metade do século XVIII", surgindo como "resposta à necessidade de obter do Cistro uma sonoridade mais emotiva e volumosa, de acordo com as transformações verificadas no gosto musical da época, a apontar para o Romantismo (...) foi-lhe dado o nome de Guitarra Inglesa".
Mas Paredes introduz um dado novo ao dizer que, se na aparência, este instrumento pouco se distinguia do Cistro, "já dele profundamente diferia nas qualidades essenciais". Segundo um texto do mesmo compositor, este novo instrumento teve a aceitação rápida e apaixonada, especialmente pela juventude de diversos países europeus, nomeadamente em Portugal, nas cidades do Porto, Coimbra e Lisboa. Abandonada, no resto da Europa, entre finais do século XVIII e princípios do século XIX, terá sobrevivido até aos nossos dias apenas na Escócia e em Portugal, aqui com o nome de Guitarra Portuguesa, instrumento que se adaptou às expressões da música popular urbana, como é o caso do Fado de Lisboa ou da Canção de Coimbra.
E foi em virtude do sucesso que o instrumento teve entre nós, que o mestre António da Silva Leite publica, em 1976, no Porto, o seu "Estudo de Guitarra", com vista a facilitar a aprendizagem aos seus inúmeros discípulos. Esta obra confirma a origem da guitarra a partir da Inglaterra, onde eram construídas por um artesão de nome Simpson, passando então a ser copiadas e fabricadas em Portugal pelo artesão portuense Luis Cardoso Soares Sevilhano.
Estes factores terão contribuído para a vasta difusão da guitarra na cidade nortenha, onde era usada como instrumento de sala, em substituição do cravo e de outros instrumentos do género. Segundo Silva Leite, a guitarra era "assaz suficiente para entretenimento de uma assembleia, evitando o incómodo convite de uma orquestra".
Esta guitarra, que Mário Sampayo Ribeiro acredita ter sido introduzida pela colónia inglesa no Porto, passou a desempenhar um papel social e musical muito importante, desde o início do século XVIII. Segundo Sampayo Ribeiro, seria já nos finais desse século que a guitarra se "aportuguesaria" e se difundiria por todo o país, a partir da "Cidade Invicta", começando então a substituir a viola que era, até aí, um instrumento de grande popularidade. Será a partir desta altura que a guitarra sofre reajustamentos diversos, com vista a melhor se adaptar às raízes da música tradicional portuguesa.
É então que um construtor anónimo do século XIX, respeitando o instrumento anterior, adapta as cabeças da viola de arame à guitarra e, como estas tinham doze cordas, viu-se obrigado a alterar o encordoamento, redistribuíndo-as em seis ordens de cordas duplas e adicionando cordas de aço aos bordões.
Esta foi, seguramente, a maior transformação de todas, e aquela que mais terá contribuído para que a guitarra adquirisse a especificidade que lhe conhecemos hoje, com doze cordas e cravelhas.
Em Coimbra, na opinião de Armando Simões, a construção de guitarras remonta aos finais do século XIX e primeiro quartel do século XX, sendo as primeiras guitarras trazidas por estudantes do Porto e de Lisboa, mesmo quando a indústria da cidade já as fabricava. Segundo este autor, a Guitarra de Coimbra passa a distinguir-se da de Lisboa já nos finais do século XIX, sendo exemplo deste facto a guitarra de Augusto Hilário que, apesar de construída em Lisboa, por A. Vieira, tinha a escala mais comprida, para o mesmo número de pontos, a ilharga mais estreita e passou a afinar dois pontos abaixo do lámiré, perdendo o brilho do som que até aí apresentava, mas ganhando, em contrapartida, uma sonoridade mais grave, mais suave e melodiosa, bem ao estilo da música de Coimbra. Outro magnífico instrumento que podemos encontrar em Coimbra, nos finais do século XIX, é a guitarra de Antero Alte da Veiga, da autoria de Augusto Vieira e com a voluta esculpida por Ventura da Câmara. Esta, tal como outros instrumentos que vão da mesma época até ao começo do nosso século, apresentava outra curiosidade, tendo no tampo dois orifícios acústicos.
Manuel Portugal

Funcionamento mecânico-acústico -
A Guitarra possui dose cordas metálicas distribuídas por seis ordens, três das quais afinam em uníssono (em pares de arame de aço) e as restantes em oitavas (em pares com arame nú e arame coberto). As cordas assentam num cavalete móvel (caracteristico dos instrumentos da família das cítaras) que transmite as vibrações ao tampo harmónico, sendo este levemente convexo. As cordas passam por cima do ponto em ressalto com trastes fixos em metal.
A técnica - O uso e função da mão esquerda sobre o ponto e os trastos, é comum a outros cordofones sendo, porém, a técnica da mão direita uma combinação de duas técnicas já conhecidas nos finais do séc. XV sob o nome de dedilho e figueta, consistindo estes na utilização dos dedos índice e polegar em movimento de vaivém (interior/exterior à palma da mão), sendo a pulsação da corda efectuada pela unha com apoio na polpa ou, mais recentemente, pelas unhas postiças de tartatuga ou celulóide, pulsando cada par simultaneamente.
A afinação - A afinação consiste na relação das cordas entre si, considerando-as livres de qualquer pressão sobre o ponto e os trastes. Assim temos: entre a 1ª e a 2ª ordens, um intervalo de 2ª maior; entre a 2ª e a 3ª ordens, um intervalo de 4ª perfeita; entre a 3ª e a 4ª ordens, um intervalo de 4ª perfeita; entre a 4ª e a 5ª ordens, um intervalo de 2ª maior; e entre a 5ª e a 6ª ordens, um intervalo de 5ª perfeita.

terça-feira, janeiro 31, 2006

Expressão da alma portuguesa


Meus caros leitores, silêncio vai-se cantar o FADO!!
O Fado é, hoje em dia, um símbolo mundialmente reconhecido de Portugal, desde há muitos anos representado no estrangeiro por Amália, e mais recentemente por Dulce Pontes, entre outros. Pelo mundo fora, ao nome do nosso país, associam-se de imediato duas coisas: as toiradas e o Fado. Adquirindo diversas formas consoante seja cantado no Porto, em Coimbra ou em Lisboa, o Fado é, por direito próprio, a expressão da alma portuguesa. O nosso país está, desde o seu nascimento, embebido num cruzamento de culturas. Foram primeiro os diversos povos que habitaram a zona que mais tarde se transformaria em Portugal e que deixaria os seus traços, foram os que invadiram o país já depois do seu nascimento, e são, ainda hoje, os diversos povos que aqui habitam e que contribuem para uma cultura comum. É neste sentido que é complicado apontar com toda a certeza a origem do Fado, mas todos os estudiosos garantem que esta remonta há muitos séculos atrás.
A explicação mais comumente aceite, pelo menos em relação ao fado de Lisboa, é de que este teria nascido a partir dos cânticos dos Mouros, que permaneceram nos arredores da cidade mesmo após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia daqueles cantos, que é tão comum no Fado, estaria na base dessa explicação. Há no entanto quem diga que na realidade o fado foi entrou em Portugal, mais uma vez pela porta de Lisboa, sob a forma do Lundum, uma música dos escravos brasileiros, que teria chegado até nós através dos marinheiros vindos das suas longas viagens, cerca de 1822. Só após algum tempo é que o Lundum se foi modificando, até se ter transformado no nosso Fado. A suportar esta hipótese está o facto de que as primeiras músicas dentro do género estavam de ligadas não só ao mar como às terras para lá daquele, onde habitavam os escravos. Veja-se o exemplo de uma das músicas cantadas pela Amália, chamada "O Barco Negro", que fala precisamente de uma sanzala. Uma outra hipótese considerada remonta o nascimento do fado à idade média, à época dos trovadores e dos jograis. Já nessa altura se encontravam nas músicas características que ainda hoje o facto conserva. Por exemplo, as cantigas de amigo, que eram os amores cantados por uma mulher, têm grandes semelhanças com diversos temas do fado de Lisboa. As cantigas de amor, que eram cantadas pelo homem para uma mulher, parecem encontrar parentesco no Fado de Coimbra, onde os estudantes entoam as suas canções debaixo da janela da amada. Temos ainda, da mesma época, as cantigas de sátira, ou de escárnio e mal dizer, que são ainda hoje mote tão frequente do fado, em críticas políticas e sociais. De qualquer modo, o fado parece ter surgido primeiramente em Lisboa e Porto, sendo depois transportado para Coimbra através dos estudantes Universitários (já que Coimbra foi, durante muitos anos, a cidade Universitária por excelência), e tendo aí adquirido características bastante diferentes.

In http://paginas.fe.up.pt/fado/por/index-port.html

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Homenagem Zeca Afonso - O andarilho


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos, nascido no dia 2 de Agosto de 1929 em Aveiro, foi um cantor que influenciou para sempre a música e a cultura portuguesas. Compositor multifacetado, percorreu no seu repertório diversas áreas musicais, das baladas de Coimbra à música tradicional, tendo também feito música para teatro.
Tornou-se, pois, referência incontornável a quem quer estudar a música portuguesa dos últimos quarenta anos. E dez anos depois da sua morte, a semente da sua obra musical ainda continua a dar frutos e a influenciar as novas gerações.
José Afonso, ou "Zeca", é admirado não só pela sua música mas também pela sua personalidade e forma de estar na vida. "Admito que a revolução seja uma utopia, mas no meu dia-a-dia procuro comportar-me como se ela fosse tangível. Continuo a pensar que devemos lutar onde exista opressão, seja a que nível for".
Um homem solidário, movido por causas e ideais que lhe pareciam justas. Um ser humano que vivia movido por uma utopia e que nunca parou muito tempo no mesmo lugar. Zeca Afonso era um andarilho.Uma das facetas que mais caracterizam José Afonso, e um dos motivos por que se tornou mais conhecido, foi a de cantor de intervenção, com tudo o que esse "rótulo" tem de positivo e negativo, quem não conhece a música "Grandola Vila Morena".. Como pessoa, sempre teve uma postura muito interventiva e alerta, que se reflectia na sua música. Logo desde o início da sua carreira usou as suas canções como uma forma de expressar o descontentamento com a situação do país e com a ditadura do Estado Novo. José Afonso morre na madrugada do dia 23 de Fevereiro de 1987 vitima de doença prelongada, no Hospital de Setúbal. O meu Bem Hajam o que fez pelo meu pais foi sem dúvida importante, pois sem ele talvez não tivesse-mos a liberdade que temos hoje... Obrigado Zeca...